Ainulindalë - A música dos Ainur - Projeto Estudando a "Bíblia" dos Elfos

30/10/2018

Neste conto temos um momento onde a magia da fantasia se expande, transcendendo a imaginação do leitor, somos convidados a pensar no "Vazio" e crer que nele havia "Eru Ilúvatar, o Único" e que do seu poder de criação ele trouxe os "Ainur, Os Sagrados". Estas figuras angelicais, espíritos da criação do universo em o Silmarillion, estão abaixo apenas do próprio Eru na linha de poder do universo, conhecido aqui como "Eä, o universo que há". Eru tem dentro de si o fogo da Chama Imperecível, e é neste poder que reside a imaginação para criar mundos e preencher o Vazio do universo de estrelas, música e vida.

E então, Eru ordena que os Ainur ajudem Ele através da música que cada um tem o poder de fazer, criem seus próprios temas, e juntem-se ao tema principal que Ele criou.

E através da música e dos sons eles alegravam Eru, até que dissonantemente Melkor, o Ainu mais poderoso, os atrapalhou se utilizando de um tema próprio, com sons repetitivos e pesados demais para os outros continuarem em harmonia, alguns até o seguiram em seu tema e ritmo. Com isso, Eru interpôs e interrompeu a música em dado momento e descreveu o quão importante era a Música dos Ainur no processo de criação do que viria a ser o mundo dos Filhos de Ilúvatar. Eru então mostrou a eles o que sua música era em uma Visão antes de começarem a labuta de criação, os Ainur então se maravilharam com a beleza do trabalho que ainda tinha de ser feito.

Eles percebem então que na visão que Ilúvatar lhes mostrava, tinha algo que eles não podiam ter imaginado jamais, pois isso estava dentro de Eru durante a música dos Ainur, eram os Filhos de Ilúvatar, os Elfos - Eldar - também chamados de os Primogênitos por terem chegado primeiro, e os Sucessores que são os Humanos, pois chegaram logo depois.

Nesta visão ainda, Melkor invejou o poder dado aos Filhos de Ilúvatar para reinarem sobre a Terra, conhecida aqui como Arda, que estava sendo preparada para eles, e alguns Ainur perceberam que seu trabalho envolvido na criação, que ainda estava para começar também era alvo da inveja de Melkor. Ulmo, por exemplo, percebeu que por ser mestre das águas, Melkor via uma oportunidade de colocar seu frio, e sem querer criou-se a neve.

Manwë, que é o Senhor dos Valar foi criado por Eru para ser irmão de Melkor e de Ulmo, como uma trindade de poder. Mas por conta dos desejos secretos de Melkor, os outros dois Ulmo e Manwë, acabam fazendo frente a todas as tentativas de destruição do Plano Superior de Eru, por Melkor.

Manwë é também o Senhor dos Ventos e das aves, tem por companhia a Rainha dos Valar, a linda Varda.

Os Valar são os Ainur que foram convidados por Eru para realizarem a visão, pois somente dentre os mais belos e poderosos Ainur puderam vir até a Terra para viverem e nele ficarem para sempre, ou até o fim do mundo. Seus poderes são contidos aqui como forma deles preservarem e cuidarem dele, eles são conhecidos como "Os poderes do mundo". Os Valar que foram primordiais na Criação do mundo foram Manwë, Ulmo e Aulë, o artificie dos Valar, e criador dos Anãos.


Melkor, não contendo sua ira, criava fogueiras e destruía o que os Valar tentavam entregar para os Filhos de Ilúvatar: - "Esse será o meu reino; e eu o designo como meu!"

Manwë vendo que só não conseguiria expulsar seu irmão, chama espíritos superiores e inferiores e diz: - "Este reino tu não tomarás como teu, pois muitos trabalharam aqui não menos do que tu." - Assim começou a Primeira Batalha Entre Melkor e os Valar, e por um tempo Melkor, recuou fugindo para outras regiões, se ocupando de seus próprios desejos, deixando livre o caminho para os outros Valar terminarem o seu trabalho.

Os Valar criaram para si corpos visíveis, formas que até então eles não tinham, escolhendo segundo seu próprio temperamento e julgamento dentre formas masculinas e femininas. Sem esse "casulo", eles não podem ser percebidos nem mesmo pelos Elfos. Melkor, criou uma feição para ele também, escura e terrível.

O trabalho dos Valar, apesar de tanta inveja e rancor de Melkor, jamais foi em vão. Eles sabiam que a hora da Chegada dos Elfos estava próxima, eles iriam em frente mesmo que Melkor, destruísse cada montanha erguida, secasse cada rio que fosse cavado, mas tudo estava nos planos de Eru, não tinha porque dar errado.

Sobre Valinor mais será dito em breve, aguardemos o próximos capítulos. 

Texto por Daniel H. S. Amorim

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Curiosidades

É dito no "ÍNDICE DE NOMES" do próprio livro do Silmarillion, que o Ainulindalë foi criado por Rúmil de Tirion, um elfo da estirpe dos Noldor. A ele é atribuída as primeiras letras élficas (as Sarati), que posteriormente foram aprimoradas por Fëanor, criando as Tengwar Feanorianas. 

Citações do Silmarillion, Índice de Nomes:

Ainulindalë - "A Música do Ainur", também chamada A (Grande) Música, A (Grande) Canção. Ver também o relato da Criação que dizem ser dito composto por Rúmil de Tirion, nos Dias Antigos. 13, 39, 82,113 [Referências a nova tradução por Reinaldo José Lopes - Ed. Harper Collins Brasil].

Rúmil - um sábio noldorin de Tirion, o primeiro inventor de caracteres de escrita (conferir o Senhor dos Anéis, Apêndice E, II); a ele é atribuído o "Ainulindalë". 98-9.

Citação do Senhor dos Anéis, Vol. III - O Retorno do Rei, Apêndice E, II:

Os Tengwar eram mais antigos, pois foram desenvolvidos pelos noldor, a estirpe dos eldar mais habilidosa em tais assuntos, muito tempo antes de seu exílio. As mais antigas letras eldarin, os Tengwar de Rúmil, não eram usadas na Terra-média. As letras posteriores, os Tengwar de Fëanor eram em grande parte uma invenção nova, apesar de deverem algo às letras de Rúmil. Foram trazidas para a Terra-média pelos Noldor exilados, e assim tornaram-se conhecidas dos edain, e dos númenoreanos. Na Terceira Era seu uso havia se espalhado por uma área em grande parte coincidente com aquela onde se conhecia Língua Geral. 


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